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Representante dos sócios do Jóquei Clube lamenta a forma como Mabel aponta desapropriação


Jóquei fica em local privilegiado no Centro, mas está há mais de uma década abandonado – Foto: arquivo / Lucas Jordano Barbosa

Os sócios do Jóquei Clube foram pegos de surpresa com o anúncio do prefeito Sandro Mabel, na noite de segunda-feira (28) de que está preparando um decreto para desapropriar a área, no Centro de Goiânia, para o município. “Faltou uma deferência [do prefeito] para com os joqueanos”, lamentou o último presidente do clube, o médico Fausto Gomes.

Fausto afirma que terá reunião nesta terça com o advogado que representa os interesses do clube para uma posição mais clara sobre o que será feito diante dos fatos novos.

Ele, que fala representando cerca de 2 mil sócios, disse que vinha tentando agendar com Mabel, através do deputado federal Zacharias Calil, também médico, uma conversa para ver as melhores opções, já que os sócios não têm condição de arcar com a dívida milionária do clube. “Tentamos audiência para uma saída porque queremos participar da solução”, apontou na manhã desta terça-feira (29) ao Diário de Goiás.

Proposta de parceria nem foi apresentada antes de anúncio de desapropriação do Jóquei Clube

“[Pensamos em] fazer uma parceria, né? A gente poderia até passar a área do Jóquei Clube para a prefeitura”, explicou. Essa intenção ele já tinha manifestado quando Mabel disse, em fevereiro, que pretendia adjudicar (transferir para o município) a área do Jóquei. O problema, afiança ele, é o assunto estar sendo tratado à revelia dos sócios, inclusive sobre proposta de indenização por desapropriação, prevista em R$ 100 milhões, e na avaliação do montante da dívida do clube.

A dívida estimada, segundo Fausto Gomes, deve ser superior aos R$ 100 milhões que Mabel disse estar propondo no decreto de desapropriação como avaliação da área. Além de tributos em atraso com o Fisco Municipal, ele cita que o clube enfrenta diversas ações trabalhistas e ações de outras áreas, inclusive decorrentes de gestões anteriores que “criaram milhares de títulos, e que eles mesmos ficaram com esses títulos para eles”, reclama.

O ex-presidente também aponta como danoso para o clube o contrato que existiu com a Faculdade Padrão no passado, que terminou anulado pela Justiça em 2014. Em 2010, o clube chegou a ser reaberto aos sócios por conta de melhorias previstas nesse contrato, mas posteriormente, após anulado o contrato, enfrentando muitas ações na Justiça, o Jóquei se tornou um espaço sucateado, sem energia e água, abandonado no Centro da Capital.  A demolição chegou a ser aventada para dar lugar a um templo religioso.

Mais de 100 ações na Justiça

Além de dívidas com a prefeitura, Fausto Gomes cita: “O jóquei e a Faculdade Padrão têm mais de 100 ações na justiça, ações trabalhistas, ações administrativas”.

O ex-presidente aponta que a maioria dos 2 mil sócios tem apreço pela área e teme que no futuro ela possa ser repassada para a iniciativa privada, em vez de se consolidar como um espaço público privilegiado no Centro de Goiânia. Ele cita que os sócios gostariam dessa garantia, especialmente após rumores no passado de que após sanados os impedimentos jurídicos a quadra do Jóquei iria para a construção de empreendimentos privados.

“Queremos uma destinação nobre para o Jóquei”, reforçou o ex-presidente do clube.

Ao saber que Mabel anunciou junto do decreto de desapropriação a intenção de transformar o prédio “no Palácio da Cultura e no Palácio dos Games”, ele sinalizou com alívio. Essas destinações eram previstas desde o lançamento do projeto Centraliza, na gestão anterior.


Leia mais sobre: Jóquei Clube / Sócios lamentam decreto sem diálogo / Cidades / Goiânia

FONTE: DIARIO DE GOIAS

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