Artrose afeta até 85% dos idosos e compromete mobilidade em diferentes articulações

A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma condição caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que reveste as articulações, provocando inflamação local, dor, inchaço e rigidez. Esse desgaste pode ocorrer em regiões como joelhos, quadris, coluna, ombros e mãos, e resulta no contato direto entre os ossos, comprometendo a mobilidade e a qualidade de vida do paciente.

A artrose é uma condição que raramente se manifesta antes dos 40 anos, tornando-se significativamente mais comum a partir dos 60. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, aproximadamente 85% das pessoas com 75 anos apresentam sinais clínicos ou radiológicos da doença. No entanto, apenas entre 30% e 50% daqueles com alterações visíveis nos exames de imagem relatam dor crônica associada ao problema.

A artrose pode surgir como consequência do envelhecimento natural, mas também está associada a fatores como obesidade, lesões traumáticas, deformidades congênitas, doenças autoimunes e sobrecarga repetitiva nas articulações. Embora os sintomas variem conforme a articulação afetada, são comuns a dor crônica, a perda de flexibilidade, a rigidez matinal, a sensação de formigamento e os estalos ao movimentar a articulação. Com a progressão da doença, podem ocorrer deformações visíveis, acentuando os sinais clínicos.

O diagnóstico é realizado por médicos ortopedistas ou reumatologistas com base na avaliação dos sintomas, histórico familiar e exames físicos. Durante a consulta, o profissional investiga a presença de dor e limitações funcionais. Exames de imagem, como radiografias ou ressonância magnética, podem ser solicitados para confirmar o grau de comprometimento das articulações.

A doença pode se manifestar em diferentes regiões. No joelho, provoca dor ao caminhar, subir escadas ou estender a perna. Quando atinge o quadril, compromete as articulações responsáveis por sustentar o peso corporal, dificultando a locomoção. Já na coluna, o desgaste pode ocorrer tanto na região cervical quanto na lombar, resultando em dores nas costas e no pescoço, além de limitação dos movimentos. 

Nas mãos, a artrose afeta principalmente as juntas dos dedos e o polegar, gerando dor, inchaço e perda de força. No ombro, a dor pode irradiar para o pescoço, dificultando o movimento dos braços. Um tipo específico, a artrose acromioclavicular, afeta a articulação entre o acrômio e a clavícula, causando desconforto ao elevar ou girar o braço.

Ainda que sua origem não seja completamente compreendida, sabe-se que a artrose está relacionada ao enfraquecimento da cartilagem, cuja função é proteger os ossos do atrito. Diversos fatores aumentam o risco de desenvolvimento da condição: além do envelhecimento e da herança genética, destacam-se o excesso de peso, traumas articulares, doenças como gota ou osteoporose, e condições autoimunes, como lúpus ou artrite reumatoide. 

Outros fatores agravantes incluem diabetes, menopausa, deficiência de vitamina D, hemocromatose e hábitos como o tabagismo. A prática de atividades físicas de alto impacto, esforço repetitivo ou trabalhos que sobrecarregam as articulações também contribuem para o aparecimento da doença.

O tratamento é voltado para o alívio dos sintomas e a contenção do avanço da enfermidade. Os medicamentos mais comumente prescritos são analgésicos, como o paracetamol, e anti-inflamatórios, como ibuprofeno ou naproxeno. Pomadas à base de diclofenaco ou capsaicina também podem ser utilizadas topicamente. 

Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de Piascledine ou até mesmo antidepressivos como a duloxetina, com efeito comprovado no controle da dor crônica. A fisioterapia é parte fundamental do tratamento, promovendo o fortalecimento muscular, a ampliação da flexibilidade e a redução da rigidez. O acompanhamento deve ser feito por um fisioterapeuta, que indicará exercícios individualizados conforme o estágio da artrose e a articulação comprometida.

Uma alimentação equilibrada desempenha papel fundamental na produção de colágeno, proteína essencial para a manutenção da saúde das cartilagens e produzida naturalmente pelo organismo. Com o avanço da idade, essa produção tende a diminuir, o que eleva o risco de surgimento de problemas articulares. Além disso, uma dieta adequada contribui para a qualidade do líquido sinovial, substância responsável por lubrificar as articulações e reduzir o atrito entre elas.

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FONTE : O HOJE

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